Cidade fantasma Pedro de Valdívia no Chile

em 14/01/2015


Desde 1996, não há vida em Pedro de Valdívia, no norte do Chile. A comunidade nasceu em 1911, cresceu, se desenvolveu e ganhou importância graças à instalação da Oficina Salitreira Chuquicamata, em 1931. Hoje, com o encerramento das atividades da mina, só a poeira cresce neste povoado, fazendo do local um prato cheio para os exploradores aficionados por ruínas.

Lugares antigos e abandonados costuma fazer a gente pensar a respeito das inúmeras histórias das quais esse local foi palco ao longo dos anos, e para quantas pessoas aquelas instalações tiveram um valor sentimental. Isso sem contar que muitos desses lugares nos passam a impressão de fazerem parte do cenário de um filme de terror. Se casa, prédios, fabricas abandonadas tem esse poder sobre a gente, o que dizer de uma cidade inteira?

Início e fim da cidade de Pedro de Valdívia
A produção de salitre começou em 6 de junho de 1931. Cerca de 6.800 operários trabalharam por 16 meses na construção da oficina. Para receber tanta gente, ergueu-se a comunidade no meio do deserto do Atacama. Ela foi dividida desde o início entre as casas populares, na parte de baixo, para os operários; e as “mansões” (foto), no parte de cima, onde moravam os engenheiros e executivos. Na década de 1960, a população local passou de 11 mil pessoas. No auge, Pedro de Valdívia chegou a produzir 100 mil toneladas de nitrato de potássio.


Além da avenida Bernardo O’Higgins, a principal da comunidade, Pedro de Valdívia teve mais 26 ruas por onde se espalharam cerca de 1.500 casas, oficina dos correios, um teatro/cinema com capacidade para 800 pessoas, uma pulperia (centro comercial recorrente nas comunidades salitreiras do Chile, onde havia mercado, açougue, farmácia e lojas diversas), uma igreja e vários outros estabelecimentos, como os mostrados nas próximas páginas. O caminhão abandonado (foto) está parado na praça central, onde há um parquinho para crianças e a estátua do patrono Pedro de Valdívia (1500-1553).



A comunidade tinha uma escola infantil e outra regular. Ao lado da igreja, ficava o hospital, fundado como um dos mais modernos do país. A oficina era colada à comunidade. A enorme estação que refina o salitre foi uma realização da companhia norte-americana Guggenheim Brothers, mesma empresa que fundou, em 1926, a Oficina Salitreira Maria Elena, a única do norte do Chile ainda em atividade. Os dois projetos iniciaram uma nova tecnologia de transformação do salitre, que ficou conhecida como Sistema Guggenheim. Em 1965, a oficina foi incorporada pela Soquimich, empresa mista público-privada.





Paradoxalmente, a fundação da oficina coincidiu com o enfraquecimento da indústria do salitre: a crise mundial de 1929 e a descoberta do salitre artificial na Alemanha atingiram fatalmente o negócio. Sobretudo no Chile, já que o produto correspondia, à época, a 75% das exportações do país. Com o fim do ciclo, nos anos 1930, os investimentos e os lucros caíram, mas a fábrica foi mantida até 1996, quando foi comprovada a contaminação da região por causa da manipulação incorreta do salitre, o que obrigou a população a partir. Só sobrou poeira, como a que cobre o banheiro do centro social (foto baixo) e objetos espalhados pela cidade (fotos acima).


Fonte: Galileu

Fotos: FELLIPE ABREU E LUIZ FELIPE SILVA

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Um comentário:

  1. É uma pena estarmos no século XXI e não poder descontaminar a cidade. E ainda tendo milhares de pessoas sem uma casa para morar.

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