Encontrado avião que caiu matando time de futebol chileno na década de 60

em 10/02/2015


A história esportiva é cheia de eventos gloriosos e também trágicos, mas nenhuma história parece tão enigmática como a do clube de futebol chileno Club Deportes Green Cross. O avião que transportava boa parte dos jogadores da equipe acabou caindo no início da década de 60, matando todos os ocupantes, mas o mistério por trás dessa tragédia diz respeito aos destroços do avião: eles só foram encontrados a poucas semanas. Até as recentes descobertas o acidente envolvendo a equipe era um evento cheio de mistérios e que acabou ganhando ares de lenda na América Andina.

A trágica história do Club Deportes Green Cross

Durante mais de quatro décadas, o Club Deportes Green Cross foi uma das equipes mais tradicionais do Campeonato Chileno. Chegou à primeira divisão em 1933, e conquistou o título nacional de 1945. Entretanto, os alviverdes são bem mais lembrados pela tragédia que marcou sua história. Em abril de 1961 o avião que transportava o elenco caiu nos Andes. Oito dias depois do acidente, o corpo de buscas encontrou apenas parte da aeronave, a cauda. Como nenhuma outra parte do avião foi encontrada no local, foi determinando que os corpos das 24 pessoas a bordo haviam sido carbonizados em uma explosão, que também teria consumido o resto da fuselagem da aeronave. No entanto ninguém acreditou muito na história, mas como ninguém sabia onde se encontrava o resto da fuselagem do avião, assim como a localização dos corpos, a explicação acabou sendo encarada como verdadeira. Esses elementos controversos e a falta de explicação mais adequada acabaram levando o caso a se tornar uma espécie de lenda no andes.

Esse mistério durou até as últimas semanas, quando finalmente acharam a fuselagem do avião.

A descoberta do lendários avião

A descoberta apontou um lugar diferente daquele em que se acreditava que o acidente aconteceu. “O avião está a 3,2 mil metros de altitude e a maioria da fuselagem se conservou. Também existe muito material espalhado pelo local, inclusive restos mortais dos passageiros”, afirmou Leandro Albornoz, um dos responsáveis pelas buscas. “Existem rumores de que caixas cheias de pedras encheram os caixões, porque não encontraram corpos no primeiro resgate. Tornou-se um acidente cheio de mito, com mistura de história e lenda”.

Leandro Albornoz e sua equipe nos destroços do avião
Os destroços estão localizados a cerca de 300 quilômetros de Santiago, cidade onde o Green Cross foi fundado. Apenas parte do elenco morreu no acidente. Um primeiro grupo havia saído da cidade de Osorno rumo à capital em um avião que faria diversas escalas, e que acabou recusado por alguns jogadores. O segundo avião, um Douglas DC-3 da empresa LAN, caiu horas depois de alçar voo. Uma das vítimas era Eliseo Mouriño, meio-campista que fez fama atuando por Banfield e Boca Juniors durante a década de 1950, sendo protagonista dos xeneizes na conquista do Campeonato Argentino de 1954. O argentino também disputou 25 jogos pela seleção, com a qual venceu duas vezes a Copa América.

Eliseo Mouriño
O Green Cross ainda entrou em campo para disputar o jogo de volta contra a seleção de Osorno pela Copa do Chile, após o empate por 1 a 1 no dia anterior à tragédia. Os alviverdes perderam por 1 a 0 e acabaram eliminados da competição. Entretanto, em homenagem o time, aquela edição do torneio foi rebatizada como Copa Green Cross do Chile.

Parte do avião encontrada na época do acidente
Não bastasse o acidente, o clube entrou em grave crise a partir de setembro de 1961, quando o seu presidente foi acusado de roubo no Banco Central do Chile, do qual também era sub-tesoureiro. Parte do dinheiro havia sido direcionado para o clube, pagando dívidas e parte dos salários. Em 1963, os alviverdes se fundiram com o Temuco, formando o Green Cross-Temuco e mudando-se para cidade homônima. A equipe se manteve com esta denominação até 1984, deixando o Green Cross apenas como marca registrada.



Para evitar danos nos destroços e nos restos mortais, as autoridades chilenas preferiram não revelar o local onde o avião do Green Cross foi encontrado. “Não queremos que se profane o lugar e que se levem os restos como troféus. Não se pode esquecer que ali morreram pessoas. É preciso respeitar as famílias”, complementa Albornoz.

Nomes das vítimas do acidente

  • Luis Medina, líder do ANFA;
  • Pedro Valenzuela, um funcionário da ACF (Associação de Futebol da Central);
  • Gaston Hormazábal Díaz, Lucius Cornejo Diaz e Gallano Roberto Guzmán, árbitros;
  • Manuel González, fisioterapeuta;
  • Arnaldo Vásquez Bidoglio, Treinador;
  • Eliseo Mouriño Oyarbide;
  • Hector Toledo Pozo;
  • Coppa Dante Mendoza;
  • Berti González Caballero;
  • Hermosilla David Alcaide;
  • Alfonso Vega Mundaca, Manuel "Lito" Contreras Ossandón
  • Jose Leon Silva.


Foto acima mostra o time do Club Deportes Green Cross dois dias antes do acidente. Nessa foto pode-se observar alguns dos jogadores mortos no acidente: Kinesiologist González aparece (primeiro da esquerda na linha de pé), e sete dos oito jogadores que morreram: Vega (terceiro), Silva (quarto), Coppa (quinto), Hermosilla (sétimo), Toledo (de cócoras esquerda), Contreras (segundo) e Gonzalez (terceiro).
Como foi mencionado acima, o trio de arbitragem também faleceu nesse acidente. Eram eles: da esquerda para a direita, Gallano, Cornejo e Hormazábal. Os dois primeiros eram irmãos.
Fontes: Trivela, ElBombero e Impedimento

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Um comentário:

  1. Parece que times que carregam a cruz de malta e a faixa parecem serem fadados a tragédias, medidas as devidas proporções, o que acontece com o Vasco da Gama, que parece estar condenado por uma maldição de não conseguir vencer o rival Flamengo em finais ( à também de se apontar nesta linha, os casos de favorecimento ao Flamengo por meio da arbitragem )

    PS. : Sou vascaíno !

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